Valorização dos alunos têm papel fundamental no desenvolvimento
Melhores resultados são obtidos se os alunos forem reconhecidos por suas ações, em todas fases escolares. Especialista orienta sobre como auxiliar neste processo, com práticas que trazem os assuntos para a realidade de cada um.
Uma das principais soluções no processo de evolução educacional vem da participação mais ativa dos estudantes em atividade diversas, que os colocam como protagonistas em suas próprias vidas. Mais do que assistir aulas e fazer exercícios, a nova abordagem educacional se baseia em um ambiente colaborativo e participativo, em que os alunos trabalham em grupo, resolvendo problemas, produzindo elementos e conteúdo, participando de debates, entre outros, para proporcionar uma aprendizagem mais profunda, efetiva e de longo prazo.
A psicopedagoga Nadia Benitez, que também é CEO da Ginástica do Cérebro, rede que atua com neurociência e neuroaprendizagem voltada para a potencialização das capacidades cognitivas e emocionais das pessoas, orienta que este processo favorece muito cada aluno, ainda mais se for valorizada a individualidade.
“As formas mais efetivas para o desenvolvimento da aprendizagem estão sendo cada vez mais divulgadas e comprovadas pela neurociência, pois o ser humano aprende por repetição. Existem metodologias que privilegiam vários aspectos das funções executivas do cérebro. E nós, enquanto educadores, temos que entender que cada indivíduo tem um processo diferente de aprendizagem. É necessário trabalhar com diferentes abordagens para que possamos privilegiar todos os alunos. As múltiplas inteligências de Howard Gardner nos dizem muito sobre as características de cada perfil. Os professores que adotam modelos com práticas e diversificam os temas, trazendo os assuntos para a realidade, geram mais memórias de longa duração. Tocar, ver imagens coloridas e vídeos, ler, escrever e repetir oralmente são formas de fixação dos conteúdos escolares que promovem muita interação e desperta a curiosidade dos alunos”, ressalta a especialista.
E isto não é algo difícil dos educadores executarem já que, segundo Nadia, temos elementos diários em nossas mãos para utilizar neste processo, como a tecnologia.
“Muita coisa mudou em 100 anos, a tecnologia avançou, os carros, a forma de comunicação, a televisão, tudo mudou e ainda passa por transformação. Os alunos de hoje são totalmente tecnológicos, entendem bem como essas ferramentas funcionam e sabem manejar de forma fantástica. E porque nós, enquanto educadores, não utilizamos essas ferramentas em favor do processo educacional?”, reflete.
Além disso, o sistema de aprendizado gera resultados visíveis por estar ligado ao chamado quarteto da felicidade, que são quatro substâncias químicas naturais de nossos organismos que nos trazem prazer, satisfação e alegria.
“Outra análise interessante é que tudo que gostamos de fazer gera uma grande satisfação no cérebro, liberando endorfina e dopamina. Por isso, quando as atividades de sala de aula são prazerosas, o processo de aprendizagem é muito menos doloroso. E o que fazemos com prazer gera memória de longa duração”, conta a psicopedagoga.
Para Nadia, o professor tem apenas a missão de ser o mediador e orientador do processo de desenvolvimento e da construção de conhecimento do aluno.
“Com certeza, precisamos estimular os nossos alunos a se tornarem pesquisadores e hoje, devido à tecnologia, os conteúdos estão disponíveis para qualquer pessoa, basta pesquisar e utilizar de fontes confiáveis. É potencialmente importante analisar que só assim o educador irá desenvolver habilidades e competências para a vida e para o trabalho futuro desse cidadão, pois a ordem e o respeito nesses momentos são importantes para que o aluno aprenda como organizar uma pesquisa, como buscar informações de qualidade e ser gentil com o colega que está interagindo com ele”, finaliza.